Eles querem voltar, pois que voltem. Paredes de Coura, "o local mais próximo do paraíso em que já estiveram", mereçe-os!
O PDC11 também ficou marcado pela presença dos Pulp, banda iconográfica dos idos 90 do século passado, regressados após uma década de interregno. O seu líder (será?) Jarvis Cocker, apresentou-se em grande forma, apesar da garganta o trair uma vez ou outra. Passaram pelos grandes sucessos, sempre guiados pela prestação desengonçada, sexual e lasciva de Jarvis, que até se deu ao luxo de partilhar uma cerveja com o público. Do you remember the first time, disco 2000, this is hardcore não faltaram no alinhamento e, a cereja no topo do bolo, common people encerrou a prestação. Será que o destino - uma treta para Jarvis - os voltará a trazer a Paredes de Coura? Esperamos que sim.
O sírio Omar Souleyman, com honras de apresentação pela organização, presenteou o público com o seu "tecno-árabe" - etiqueta criada pelo media oficial do festival. Apenas acompanhado por um teclista/sintetizador, deixou o público em alvoroço com os seus ritmos exóticos misturados com as músicas tradicionais cantadas em curdo e arábe.
O duo canadiano Crystal Castles teve uma prestação em piloto automático, sem arriscar demasiado, o que foi suficiente para recolherem nota alta, pois o público sabia ao que ia e queria era ouvir os êxitos todos de enfiada. Assim foi, crimewave, logo a abrir, celestica, mais tarde e not in love, sem Robert Smith, levaram o plateia ao rubro - leia-se gritos, assobios, danças, braços no ar e saltos.
Twin Shadow foi uma das desilusões do festival, talvez marcados pelos problemas técnicos que os levaram a fazer novo check-sound antes da actuação, e consequente atraso do concerto, ainda assim pareceram nunca se refazer totalmente do percalço. A rever futuramente, pois a prestação no Alto Minho foi apenas satisfatória.
Destaque muito positivo para os portugueses We Trust de André Tentugal com uma excelente prestação, passando pelo seu êxito time (better not stop) e pela fantástica versão de Swoon dos Chemical Brothers.
Reconheço que não conhecia a discografia de Blonde Redhead, mas após a prestação nas margens do Taboão fiquei com muita vontade de descobrir e fruir, e isto, meus caros, é um grande elogio.
Battles, Delorean e Metronomy, três estilos diferentes, três actuações que me encheram as medidas. Nota muito alta e excelentes prestações. Quiçá, no dia 19, o alinhamento devesse ter uma troca entre os Battles e os Metronomy, já que a prestação dos primeiros - mais musculada, mais electrónica - ficaria melhor no palco after hours, do que a disco dos Metronomy.
Relevar ainda a actuação de Linda Martini, que mereciam melhor horário; Two Door Cinema Club, muito bons ao vivo, com direito a música nova e tudo; Mogwai, banda sonora ideal para o ídilico anfiteatro natural onde tocaram; Esben & the Witch com uma excelente prestação; Death From Above 1979, pelo regresso e pelo musculado punk-rock que emprestaram; e Marina & the Diamonds ave rara da pop comercial.
A finalizar, nota muito positiva para a organização e para os seguranças que estiveram em grande plano.
Destaque negativo para as vespas que infestaram o recinto e o campismo, mas compreende-se: os insectos também têm direito a assistir a excelentes concertos!
P'ró ano há mais!
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